segunda-feira, julho 02, 2007

LIBERDADE DE EXPRESSÃO / INSULTO

POETA À DERIVA...

No jornal Público do dia 29 de Junho li : Manuel Alegre denuncia “ deriva para o autoritarismo” por parte do Governo.
“ O aviso de Alegre surgiu depois de ser conhecida a notícia de que o ministro da saúde exonerou, em Janeiro passado, a directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso”

Atitude idêntica tem ele tomado para todos os casos em que , poeticamente( ?), considera ter havido um atentado contra o tão proclamado “direito de liberdade de expressão” . Para confirmar a minha pluralização do assunto, citarei apenas e também como ainda recente, o caso do professor Charrua, processado pela Directora da DRENE, à conta de umas pretensas insinuações maldosas sobre a honestidade do cidadão José Sócrates a propósito da sua licenciatura do curso de engenharia.

Manuel Alegre, enfatiza tendenciosamente estes casos, atribuindo-lhe uma carga negativa do procedimento ditatorial dos governantes.

Pondo de parte alguma fundamentada suspeita de despeito por parte do poeta, admitamos que será tão-somente pelo facto de o ser ( poeta) que o seu sonho da liberdade ultrapassa o sentido real deste conceito. Não se demora a reflectir sobre a verdade dos factos, limitando-se a aceitar as declarações inocentes das falsas vítimas. Não lhe passará pela cabeça que não é a verdade ou toda a verdade, o que elas declaram e é aceite por certa imprensa que tendenciosamente corrobora no engano?
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OUTROS LIBERTÁRIOS

Por que se cala ou não se faz referência às declarações, com que os responsáveis fundamentam o afastamento dos funcionários inocentes ? A resposta imaginada será que, “aqueles são os ditadores usando a deturpação da verdade dos factos para impor a estes a prepotência da sua autoridade ”
Pergunta-se ainda: dever-se-á, tão-somente, à pureza dos seus ideais democráticos as espontâneas(?) manifestações condenatórias, dos arautos da Liberdade, contra aqueles implicitamente tidos como opressores ?

Esquecem, estes “puros de espírito” que, liberdade tem a contrapartida da responsabilidade; a direitos correspondem deveres, incluso o dever de respeitar o direito dos outros ao seu bom nome.

Como se pode tolerar que um individuo , conspurque os seus locais de trabalho e use da permissividade de uma linguagem insultuosa contra quem deveria ter, pelo menos, uma atitude de alguma contenção linguareira ?

2 comentários:

José Leite disse...

O problema exige certa ponderação. Era bom que Manuel Alegre (que admiro e em quem votei) se pusesse no lugar de quem é visado quotidianamente com insultos e vozes histéricas, com calúnias e vitupérios de toda a ordem. Se não for posto um travão, qualquer dia, na própria AR, está-se a usar e abusar do "f.d.p." a torto e a direito.

Sei bem que a liberdade exige certa margem de tolerância, mas os limites têm que ser demarcados sob pena de a liberdade derrapar para a libertinagem.

Sou inequivocamnete pela Liberdade. Mas, em casos que suscitem dúvidas, há os tribunais para dirimirem tais conflitos. Ninguém está isento de excessos, de erros. Estou farto de ver insultos torpes e miseráveis (sem qualquer fundamentção!) na blogosfera... já vai sendo tempo de se começar a pôr a casa em ordem.

Dimas Maio disse...

Rouxinol de Bernardim, sempre sentencioso, quer em prosa quer em verso,distingue, aqui,com muita propriedade, o sentido de uma digna liberdade de expressão, do que considera um insulto gratuito,conducente à denúncia do sujeito infamante por parte do cidadão honesto.

Lamentável é, que haja ainda alguém, "inocente", que se meta no barco à deriva da onda, aproveitada pelo "adversário", para uma estratégia que se adivinha de intenção demolidora