segunda-feira, novembro 17, 2008

MANUEL ALEGRE - IDEALISTA OU DEMAGOGO ?

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...... Alguém bem formado e informado poderá definir, com um mínimo de razoabilidade , a posição de Manuel Alegre dentro do partido em que se inscreve como deputado à AR ?
“Situação aberrante”, será a escusa de quem, interrogado, por uma questão de dignidade pessoal, não queira proferir o termo mais objectivo e ajustado à atitude desviante daquele elemento destacado do PS.
......A este respeito, obrigo-me ao constrangimento de não proferir mais considerações por algum apreço que ainda me merece , a personalidade em questão, pela sua criatividade literária.
......No entanto, como a ideia que me ocorre sobre comportamento insólito desta relevantepersonalidade coincide com a expressa no blog “O JUMENTO “, permito-me transcrever para aqui o respectivo post :

"......... Quarta-feira, Novembro 12, 2008
Alegre, o candidato presidencial estagiário .

......Enganaram-se os que imaginavam que Manuel Alegre estava a ensaiar a constituição de um novo partido político; a postura do ex-candidato presidêncial é mais a de alguém que prepara uma candidatura presidencial do que a de um candidato a primeiro-ministro. Até porque ser líder partidário, ainda por cima com a tarefa de construir um partido a partir do nada é coisa que dá muito trabalho.
......Temos, portanto, uma nova forma de fazer política em Portugal, a do candidato presidencial estagiário. Alguém que tendo perdido nas últimas eleições presidenciais dedica-se a preparar a sua própria candidatura, usando para isso o seu cargo de deputado. Como para se ser Presidente da República são necessários 50% dos votos expressos Manuela Alegre já escolheu como alvo os eleitorados do PCP, do BE e do PS.
......Quem ler o editorial do n.º 2 da revista Ops! Percebe que Manuel Alegre diz o que faria nas diversas pastas, só não esclarece se está a imaginar-se em São Bento ou em Belém. Como um partido alegrista teria o mesmo papel que teve o PRD, dar o governo ao PSD e bons empregos aos seus dirigentes como remuneração dos serviços prestado, é evidente que Manuel Alegre imagina-se em Belém. Isso significa que Manuela Alegre imagina um regime presidencialista, mas esse debate fica para quando Alegre assumir publicamente as suas ambições.
......Como conta obrigar Sócrates a apoiar a sua candidatura, nem que para isso os seus companheiros voltem a usar a chantagem do novo partido, resta a Manuel Alegre namorar o eleitorado do PS e do PCP e a melhor forma de o fazer é, sendo oposição ao governo, mesmo que isso significa que se comporte como deputado independente do PS, algo que não foi já que concorreu com o programa do PS e, tanto quanto me lembro, votou favoravelmente o programa do Governo.
......Resta saber se vai convencer o BE e, principalmente, o PCP a permitir-lhe dispor dos seus eleitorados, algo que, por aquilo que vou lendo no Avante, não vai ser tarefa fácil. Ainda recentemente Jerónimo de Sousa excluiu Manuel Alegre da sua esquerda.
......Ao namorar o eleitorado do PCP Manuel Alegre está a cometer um erro, esquece que o PCP prefere ser oposição ao Presidente da República e ao Governo, não tendo que se comprometer com o poder para assumir a liderança da oposição à esquerda. Além disso o PCP até tem tido uma postura simpática em relação a Cavaco Silva, não deixando de fazer uma crítica de vez em quando o PCP tem manifestado simpatia por Cavaco Silva. Isso significa que o PCP poderá estar mais interessado em promover o seu próprio candidato enquanto Cavaco Silva consegue tranquilamente um novo mandato.
......A única hipótese de Manuel Alegre reside numa segunda volta mas sem o apoio do PCP e perdendo parte do eleitorado do PS dificilmente haverá segunda volta se Cavaco Silva se recandidatar. Manuel Alegre arrisca-se a acabar a sua carreira como candidato presidencial estagiário. "

......O Jumento, às 12:30 links para

sábado, novembro 01, 2008

AMEAÇAS (DES)VELADAS - UMA AFRONTA À DEMOCRACIA !

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....clicar sobre a imagem para aumentar

......Sinceramente, não sei que pensar destas generais atitudes . Refiro-me ,evidentemente , às prenunciações públicas que avisam da gravidade da situação a que estará sujeito o país em consequência do “mal-estar das Forças Armadas” .
......Atribuindo-se aos prenunciadores a maior responsabilidade, por inerência dos mais elevados postos que ocupam na hierarquia militar, difícil se torna crer que estes oficiais estrelados cometam tão despropositada leviandade. Porém, face às informações que pela imprensa fui colhendo, mormente de referências da maior credibilidade, impõe-se-me admitir que, na realidade, aqueles agoirentos mensageiros, não podem estar a agir em sintonia com a honorabilidade que a sua categoria militar lhes impõe. Creio mesmo que uma má política os orienta por atalhos que os desviam da recta via disciplinar (RDM) .
......Vejamos as ameaças publicamente proferidas :

......General Loureiro dos Santos, perguntado se o seu artigo que fazia um paralelismo com o 25 de Novembro, não era exagerado.
Respondeu: Não, acho que não. As questões eram diferentes, mas havia sinais que os meios de comunicação tratavam. Hoje em dia há o perigo de as coisas terem uma dimensão parecida.
......General Silvestre dos Santos : É urgente os órgãos de soberania tomarem decisões antes que a situação se agrave. Poderá não chegar às consequências do 25 de Abril, mas poderá agudizar-se.
...... Coronel Vasco Lourenço : A asneira de quem tem uma arma na mão é maior do quem não tem.

......Eis a relevante resposta que o competente Constitucionalista Vital Moreira tem para estas rebeldias :

......“ São lamentáveis as declarações do Gen. L. dos Santos sobre o alegado perigo das acções militares de protesto que podem pôr em causa a democracia .
Uma coisa é chamar a atenção para as queixas eventualmente existentes para o que, aliás, existem os canais apropriados, outra coisa é justificar e coonestar implicitamente acções de amotinação ou indisciplina militar. Para estas , numa democracia, só pode haver uma resposta: o RDM. Tanto o Governo como o P.R. deveriam ser muito explícitos acerca deste ponto. Ai dos regimes democráticos onde os militares possam pensar que podem revoltar-se impunemente, quaisquer que sejam as suas razões.

......No mesmo artigo, Vital Moreira apresenta-nos, num pertinente arrazoado, os privilégios de que, actualmente, ainda, os militares desfrutam e que provam a sem-razão das suas agressivas reclamações.