domingo, abril 16, 2006

POLÍCIA URBANO, UM CÍVICO


Confronte-se o comportamento verdadeiramente urbano do agente da PSP protagonista do caso autêntico narrado pela autora Laurinda Alves na revista "XIS", editada pelo jornal “PÚBLICO”, que traslado na íntegra (sic), com o daquele outro “bronco” que, no dia 12 de Março p.pdo., investiu em riste contra quem, não havia a menor dúvida, não desrespeitou minimamente a lei e tentou lembrar-lhe que um guarda da segurança pública é acima de tudo, um "cívico" , na verdadeira acepção e por extensão do termo - impõe o cumprimento da lei, com civismo.


Pura Compreensão

“Aconteceu-me há poucos dias arrumar o carro num recorte lateral da estrada , numa rua de eléctricos. Apesar de o carro estar impecavelmente arrumado não reparei que, por ser grande e largo, devia ter ficado estritamente encostado ao passeio para não impedir os eléctricos de circular. Aliás, também não sabia que há eléctricos ligeiramente mais largos que outros, pois o estribo lateral pode ter mais ou menos cinco centímetros e isso faz toda a diferença .
Não sabia e ia morrer sem saber, devo confessar.
Voltando à questão do estacionamento, deixei o carro arrumado, fui jantar com amigos e a coisa entrou pela noite dentro. Demorámo-nos ao serão em conversas animadas e como o restaurante era numa rua perpendicular à rua dos eléctricos, muito lá para o fundo, não se ouviam os barulhos da rua.
Quando saímos havia uma enorme agitação cá fora, com três eléctricos parados em fila, reboque da polícia atravessado na via com as luzes a girar, vários homens de gestos nervosos e pequenos grupos de pessoas que se juntaram à beira do passeio para os comentários do costume. Ingenuamente pensei que nada daquilo tinha a ver comigo, pois o carro estava bem estacionado e, ainda para mais, num recorte lateral. Tinha sido uma sorte encontrar aquele lugar , até.
Fomos andando tranquilamente , à conversa, alheios ao que se passava, e só depois das despedidas, quando fiquei apenas eu e as duas amigas a quem ia dar boleia, é que tive o primeiro sobressalto: será que tudo aquilo era por causa do meu carro ? Apressámos o passo no preciso momento em que os eléctricos começaram a circular e, por isso mesmo, voltei a ficar descansada mas eis que uma das minhas amigas, por ventura a mais corajosa, foi perguntar o que se passava e o polícia dos reboques devolveu a pergunta:
- Este carro é da senhora ?
- Não, mas é daquela minha amiga.
E apontou para mm que, finalmente, me dei conta de que havia mesmo alguma coisa errada com o estacionamento do carro. De repente, com o coração acelerado pelo alvoroço provocado sem querer, mas ainda sem saber a razão de tamanho aparato, fui a correr ter com o polícia que abriu os braços a todo o cumprimento e, sem palavras, pediu com os olhos e um encolher de ombros a confirmação.
- Aconteceu alguma coisa por causa do meu carro ?
- Ó minha senhora, o seu carro é muito largo e muito pesado. Acabei agora de o levantar em peso, aqui com o meu colega, para o chegar mais para o passeio.
- Ai senhor guarda, desculpe, mas eu achei que ele estava bem arrumado.
- E estava ! O problema é que há uns eléctricos que têm o estribo mais largo e não passavam. E eu e o meu colega tivemos que levantá-lo em ombros.
Falava com a voz e a respiração ainda em arritmia, dado o esforço, mas falava num tom educado e muito correcto. E explicava com detalhe a questão dos centímetros que faziam a diferença.
Como os eléctricos já tinham passado, os mirones dispersaram todos, menos um. Aquele que gosta sempre de vera coisa até ao fim e não quer ir embora sem assistir ao castigo.
Consciente de que estava a ser observado ao largo pelo homem desconfiado, o agente dos reboques deu ainda mais uma ou duas explicações, tendo o cuidado de ir escrevendo umas coisas no papel mas, ao mesmo tempo , dando-me a entender que sabia que eu não tinha culpa nem consciência de que o carro impedira o trânsito por uma questão de poucos centímetros. Depois de “picotar” umas palavras abstractas numa folha branca, dobrou o bloco, guardou-o e despediu-se com a mesma educação com que se apresentou quando ainda estava em esforço .
Ainda lhe perguntei o nome e do agente que o acompanhava para lhes agradecer a maneira extraordinariamente compreensiva como trataram da questão. Ele despediu-se dizendo que já estava atrasado para ir não sei onde rebocar outro carro e desapareceu nas curvas da rua. A noite ficou outra vez tranquila e eu fiquei infinitamente grata e definitivamente consciente de que há eléctricos e eléctricos. Agentes de autoridade e agentes de autoridade.”

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