sábado, novembro 01, 2008

AMEAÇAS (DES)VELADAS - UMA AFRONTA À DEMOCRACIA !

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......Sinceramente, não sei que pensar destas generais atitudes . Refiro-me ,evidentemente , às prenunciações públicas que avisam da gravidade da situação a que estará sujeito o país em consequência do “mal-estar das Forças Armadas” .
......Atribuindo-se aos prenunciadores a maior responsabilidade, por inerência dos mais elevados postos que ocupam na hierarquia militar, difícil se torna crer que estes oficiais estrelados cometam tão despropositada leviandade. Porém, face às informações que pela imprensa fui colhendo, mormente de referências da maior credibilidade, impõe-se-me admitir que, na realidade, aqueles agoirentos mensageiros, não podem estar a agir em sintonia com a honorabilidade que a sua categoria militar lhes impõe. Creio mesmo que uma má política os orienta por atalhos que os desviam da recta via disciplinar (RDM) .
......Vejamos as ameaças publicamente proferidas :

......General Loureiro dos Santos, perguntado se o seu artigo que fazia um paralelismo com o 25 de Novembro, não era exagerado.
Respondeu: Não, acho que não. As questões eram diferentes, mas havia sinais que os meios de comunicação tratavam. Hoje em dia há o perigo de as coisas terem uma dimensão parecida.
......General Silvestre dos Santos : É urgente os órgãos de soberania tomarem decisões antes que a situação se agrave. Poderá não chegar às consequências do 25 de Abril, mas poderá agudizar-se.
...... Coronel Vasco Lourenço : A asneira de quem tem uma arma na mão é maior do quem não tem.

......Eis a relevante resposta que o competente Constitucionalista Vital Moreira tem para estas rebeldias :

......“ São lamentáveis as declarações do Gen. L. dos Santos sobre o alegado perigo das acções militares de protesto que podem pôr em causa a democracia .
Uma coisa é chamar a atenção para as queixas eventualmente existentes para o que, aliás, existem os canais apropriados, outra coisa é justificar e coonestar implicitamente acções de amotinação ou indisciplina militar. Para estas , numa democracia, só pode haver uma resposta: o RDM. Tanto o Governo como o P.R. deveriam ser muito explícitos acerca deste ponto. Ai dos regimes democráticos onde os militares possam pensar que podem revoltar-se impunemente, quaisquer que sejam as suas razões.

......No mesmo artigo, Vital Moreira apresenta-nos, num pertinente arrazoado, os privilégios de que, actualmente, ainda, os militares desfrutam e que provam a sem-razão das suas agressivas reclamações.

4 comentários:

José Leite disse...

Casa onde não há pão!...

Melhor dizendo: casa onde o pão anda mal distribuído, todos ralham e alguns ficam «em sentido»!...

Manuel CD Figueiredo disse...

É esperado, a todo o momento, que o Governo cumpra as suas obrigações, o que não acontece desde há anos...
Mas o Governo e o MDN desconhecem a existência de qualquer problema nas Forças Armadas, sabe-se de fonte oficial. Portanto...

Manuel CD Figueiredo disse...

Caro Prof.Dimas Maio,
Compreendo o seu texto. Todos nós desejaríamos que as ocorrências e as declarações proferidas por aqueles militares não fossem necessárias. Acredite, porque acompanhei muito de perto, durante vários anos e em diferentes situações, a evolução dos problemas político-militares, e posso garantir que, se os militares têm culpas será por alguns, com responsabilidades, se terem acomodado às situações(o que é imperdoável).
A voz do Coronel Vasco Lourenço não conta: é uma "boca" para a fotografia.
O Prof.Vital Moreira não tem toda a razão, no artigo que escreveu: a questão de invocar o RDM para não abordar os reais problemas não pega; esse tem sido um dos males de alguns chefes militares e de quase todos os políticos quando obrigados a dar um ar de si!
O Dr José Miguel Júdice escreveu no Público um artigo vergonhoso, denotando espantosa ignorância e desmedida falta de senso.
Se o meu caro Amigo tiver uns minutos, sugiro um visita ao blog http//avozdaabita.blogspot.com , bastando, neste caso, ler até 02.11.2008, "Tratamento aos Militares"(incl); o autor deste texto é um dos mais competentes e sérios militares (Almirante, com quem trabalhei em tês situações).
Peço desculpa pelo espaço que lhe roubei, mas sei que compreenderá a necessidade/obrigação que tenho em contribuir para a discussão deste assunto, que nos interessa a todos.

José Leite disse...

Meu caro:

Após este comentário (clarividente e lúcido) do comandante Figueiredo,
não posso deixar de o alertar para a gravidade de uma situação que mexe com muita gente e que tem contornos preocupantes...

Um abraço.