(clicar no recorte, antes de mais, para o poder ler)
(bajulação versus subserviência )
Não será um mero exercício de redacção para revelar pretensos dotes de escrevedor, o texto que começo a delinear, preocupando-me, tão simplesmente, com a clareza do objectivo que tenho em mente e esse é da justiça do cidadão consciente da reciprocidade dos deveres a que escrupulosamente se obriga a cumprir, e a contrapartida dos direitos que lhe assistem.
É da justiça democrática a livre intervenção da pessoa , para o louvor ou a apreciação desfavorável das entidades com responsabilidades na administração pública, não só da gestão da propriedade pública, que lhe é confiada, como das acções e relacionamento oficial, com outros órgãos de poder, no espaço em que se insere o seu exercício administrativo
A minhas manifestações elogiosas ou de desagrado têm sido, e serão sempre, pautadas pela honestidade de um espírito independente, livre de favores de que não tenho precisado. E, dos amigos, se são sinceros, conto sempre com o seu bom entendimento, considerando a estima em que os tenho, independentemente dos louvores ou críticas que circunstancialmente me mereçam pelos actos de responsabilidade pública de que sejam os principais agentes.
A maledicência gratuita não é da minha conta. No entanto, não deixo de exercer a frontalidade, usando a propriedade ou adequação dos termos à importância ou gravidade , que entendo considerar, de cada caso.
*
Esta versão do “ Arranjo da Marginal avança em Janeiro” é de tal maneira estranha que entendo ser impossível que alguém a aceite como credível .Seria esta a tal intervenção fantástica prometida por Aires Pereira, aquando da proximidade das últimas eleições autárquicas? É realmente fantástica, na rigorosa acepção do termo! É fantástica porque, pelos elementos fornecidos , não se vislumbra como será concluída. É coisa para se ir fazendo, ou fingir que se faz, não para se fazer, porque on va travailler par des “ tranches” – corta-se às “fatias” fininhas, como de presunto se tratasse . A promessa assim, não compromete o promitente. Que bela astúcia !
E, mais …Imagine-se que a Câmara vai investir no projecto a fantástica ( no sentido ,hoje, usado e abusado do termo) quantia de “três milhões de euros” ! Será possível tal desperdício, em Aver-o-Mar de seiscentos mil contos? Que loucura ! . “E este projecto engloba a execução de dois blocos de apartamentos no sítio onde está o campo de futebol , para realojar as pessoas que têm as casa a poente da Marginal.” (sic) . - Será assim como um pequeno bairro de deslocados. E quem serão, eles ?
Pelos vistos, começar-se-ão a demolir as casas, incluindo os dois estabelecimentos: o bazar e a pastelaria na rua(?) do Farol e, enquanto não forem construídos os blocos de apartamentos, os proprietários ficarão instalados num hotel, a expensas da Câmara, exactamente como os retornados das colónias. Ou, como será, então?
Por este desconcerto, seria de sufocar de riso, não fora, pelo contrário, a indignação que tal provoca no espírito de quem vê repetida a comédia do logro em que foi comparsa inconsciente aquele que, vítima da sua humildade e boa fé, foi afastado da cena pública em que durante vários anos foi actor aplaudido ( vd. post, “insucesso da demagogia,” archive 29 Abril)
*
Aver-o-Mar tem sido a freguesia mais abandonada do concelho. Atente-se no contraste flagrante, ou melhor, chocante, que esta terra mostra em confronto com a cidade. A nomeada vila começa, exactamente no termo da pedonal de Lagoa, início da Avenida dos Pescadores. Em vão podem teimar que o seu começo está sinalizado pelas placas do Benvindo,(1) de Aver-o-Mar ( Benvindo é nome de pessoa e o meu amigo “Benvindo das Santas” já faleceu, há muito tempo.).
Repare-se que a Câmara apenas deixa de fazer a manutenção da cidade a partir da Avenida dos Pescadores. Portanto, as marcas do abandono começam aí, na real vila das históricas ruínas.( vd. archives 4 Maio, 207)
O campo de futebol de pó de calcário (que outra freguesia, tem este luixo ?) na beira da estrada, é uma das grandes nódoas do ambiente. Nos tempos secos e de calor o pó que os remoinhos de vento levantam sobe até ao último andar dos edifícios próximos , entrando pelas janelas, conspurcando tudo no interior dos apartamentos. E eu sou uma das vítimas!
Desgraçadamente, a “força do Dr. Macedo Vieira (presidente da Câmara)” não dá para resolver este problema, enquanto não houver necessidade da “execução de dois blocos (de apartamentos), no sítio onde está o campo de futebol para realojar as pessoas que têm as casas a poente da Marginal” (sic.).
Imagine-se, só, o maior disparate urbanístico que este bairro de deslocados representaria, ali, em cima da praia e junto à boca do esgoto do esteiro, se não fosse apenas o complemento da promessa “fantástica”.
O tempo passou em que Macedo Vieira estava todo voltado para o litoral de Aver-o-Mar. Recorde-se os placares que diziam, mais ou menos, isto : “a cidade já não cabe aqui” e apontavam para norte, para Aver-o-Mar.
E Luís Diamantino, na Câmara, falou-me, entusiasmado, da tal intervenção fantástica nas praias desta vila. Havia já um ante-projecto e, não esqueço que, do respectivo equipamento, constava um luxuoso hotel onde, agora, se faz um enorme parque, acumulando, no Verão, toda a sorte de carros, desde ligeiros até aos TIR. - Coisa, muito feia e poluidora, aquela, mesmo em cima da praia !
Surpreendentemente, não sei por que cargas d’água, Macedo Vieira girou, como um cata-vento, para nascente e lança-se , com grande propaganda do seu ego, para uma imponente urbanização que tem por motivo central o almejado parque da cidade, que , inegavelmente lhe confirmará o majestático poder.
Por vezes, confesso, gosto de recorrer à ironia para dar um pouco de humor e mordacidade à minha crítica, mas, neste caso, embora com um pouco de pretensa graça, estou a ser honesto e sincero na apreciação da obra do presidente Macedo Vieira. A maioria dos poveiros manifesta-se agradada com o seu desempenho e eu não discordo em absoluto. Mas, reconhecendo, embora, o valor do seu trabalho, considero, alguns planos discutíveis que o deveriam ser, concretamente e com a devida consideração do seu parecer, pelos intervenientes para tal credenciados.
Devo dizer que estou contente por ver a terra onde tive o meu berço, sempre remoçada e cada vez mais sedutora , sempre em festa, toda se requebrando, em cada época turística. E constata-se, em cada ano, o aumento de seus encantados visitantes.
Agora, o reverso da medalha:
Volto a Aver-o-Mar, e aqui, a outra terra onde, desde muito pequeno, tenho a minha morada, constituí família e gosto de viver, o sentimento é de revolta e, como alguém disse, um dia, assiste-me o direito de manifestar a minha indignação. Indignação pela injustiça do abandono a que foi deliberadamente deixada, esta que poderia ser também ,urbanisticamente, uma linda vila, pois que, de natureza, já o é.
Para aqui, a fraqueza ou o artifício da bajulação não surte efeito. Pelo contrário, exacerba, sim, a propensão para o egocentrismo do senhor que se entende dominador do que julga ser o seu universo. Estarão ao seu serviço as pessoas que giram à sua volta como de serviçais se tratasse.
Daí, se conclui: bajulação versus servilismo.
Finalmente, em face do que deixo exposto, se há uma oposição disposta a lutar pela solução dos problemas do concelho que não pela mera oportunidade ou correcção, sempre discutível, das obras da cidade, onde dificilmente encontrará suficiente aderência para o seu evidente objectivo, é para estes lados que o terreno não poderá deixar de lhe ser favorável. A questão está em saber conduzir a batalha.
Este é o calcanhar de Aquiles do herói Macedo Vieira !
_________________________________________________________________________________________________________________________
(1)
(bajulação versus subserviência )
Não será um mero exercício de redacção para revelar pretensos dotes de escrevedor, o texto que começo a delinear, preocupando-me, tão simplesmente, com a clareza do objectivo que tenho em mente e esse é da justiça do cidadão consciente da reciprocidade dos deveres a que escrupulosamente se obriga a cumprir, e a contrapartida dos direitos que lhe assistem.
É da justiça democrática a livre intervenção da pessoa , para o louvor ou a apreciação desfavorável das entidades com responsabilidades na administração pública, não só da gestão da propriedade pública, que lhe é confiada, como das acções e relacionamento oficial, com outros órgãos de poder, no espaço em que se insere o seu exercício administrativo
A minhas manifestações elogiosas ou de desagrado têm sido, e serão sempre, pautadas pela honestidade de um espírito independente, livre de favores de que não tenho precisado. E, dos amigos, se são sinceros, conto sempre com o seu bom entendimento, considerando a estima em que os tenho, independentemente dos louvores ou críticas que circunstancialmente me mereçam pelos actos de responsabilidade pública de que sejam os principais agentes.
A maledicência gratuita não é da minha conta. No entanto, não deixo de exercer a frontalidade, usando a propriedade ou adequação dos termos à importância ou gravidade , que entendo considerar, de cada caso.
*
Esta versão do “ Arranjo da Marginal avança em Janeiro” é de tal maneira estranha que entendo ser impossível que alguém a aceite como credível .Seria esta a tal intervenção fantástica prometida por Aires Pereira, aquando da proximidade das últimas eleições autárquicas? É realmente fantástica, na rigorosa acepção do termo! É fantástica porque, pelos elementos fornecidos , não se vislumbra como será concluída. É coisa para se ir fazendo, ou fingir que se faz, não para se fazer, porque on va travailler par des “ tranches” – corta-se às “fatias” fininhas, como de presunto se tratasse . A promessa assim, não compromete o promitente. Que bela astúcia !
E, mais …Imagine-se que a Câmara vai investir no projecto a fantástica ( no sentido ,hoje, usado e abusado do termo) quantia de “três milhões de euros” ! Será possível tal desperdício, em Aver-o-Mar de seiscentos mil contos? Que loucura ! . “E este projecto engloba a execução de dois blocos de apartamentos no sítio onde está o campo de futebol , para realojar as pessoas que têm as casa a poente da Marginal.” (sic) . - Será assim como um pequeno bairro de deslocados. E quem serão, eles ?
Pelos vistos, começar-se-ão a demolir as casas, incluindo os dois estabelecimentos: o bazar e a pastelaria na rua(?) do Farol e, enquanto não forem construídos os blocos de apartamentos, os proprietários ficarão instalados num hotel, a expensas da Câmara, exactamente como os retornados das colónias. Ou, como será, então?
Por este desconcerto, seria de sufocar de riso, não fora, pelo contrário, a indignação que tal provoca no espírito de quem vê repetida a comédia do logro em que foi comparsa inconsciente aquele que, vítima da sua humildade e boa fé, foi afastado da cena pública em que durante vários anos foi actor aplaudido ( vd. post, “insucesso da demagogia,” archive 29 Abril)
*
Aver-o-Mar tem sido a freguesia mais abandonada do concelho. Atente-se no contraste flagrante, ou melhor, chocante, que esta terra mostra em confronto com a cidade. A nomeada vila começa, exactamente no termo da pedonal de Lagoa, início da Avenida dos Pescadores. Em vão podem teimar que o seu começo está sinalizado pelas placas do Benvindo,(1) de Aver-o-Mar ( Benvindo é nome de pessoa e o meu amigo “Benvindo das Santas” já faleceu, há muito tempo.).
Repare-se que a Câmara apenas deixa de fazer a manutenção da cidade a partir da Avenida dos Pescadores. Portanto, as marcas do abandono começam aí, na real vila das históricas ruínas.( vd. archives 4 Maio, 207)
O campo de futebol de pó de calcário (que outra freguesia, tem este luixo ?) na beira da estrada, é uma das grandes nódoas do ambiente. Nos tempos secos e de calor o pó que os remoinhos de vento levantam sobe até ao último andar dos edifícios próximos , entrando pelas janelas, conspurcando tudo no interior dos apartamentos. E eu sou uma das vítimas!
Desgraçadamente, a “força do Dr. Macedo Vieira (presidente da Câmara)” não dá para resolver este problema, enquanto não houver necessidade da “execução de dois blocos (de apartamentos), no sítio onde está o campo de futebol para realojar as pessoas que têm as casas a poente da Marginal” (sic.).
Imagine-se, só, o maior disparate urbanístico que este bairro de deslocados representaria, ali, em cima da praia e junto à boca do esgoto do esteiro, se não fosse apenas o complemento da promessa “fantástica”.
O tempo passou em que Macedo Vieira estava todo voltado para o litoral de Aver-o-Mar. Recorde-se os placares que diziam, mais ou menos, isto : “a cidade já não cabe aqui” e apontavam para norte, para Aver-o-Mar.
E Luís Diamantino, na Câmara, falou-me, entusiasmado, da tal intervenção fantástica nas praias desta vila. Havia já um ante-projecto e, não esqueço que, do respectivo equipamento, constava um luxuoso hotel onde, agora, se faz um enorme parque, acumulando, no Verão, toda a sorte de carros, desde ligeiros até aos TIR. - Coisa, muito feia e poluidora, aquela, mesmo em cima da praia !
Surpreendentemente, não sei por que cargas d’água, Macedo Vieira girou, como um cata-vento, para nascente e lança-se , com grande propaganda do seu ego, para uma imponente urbanização que tem por motivo central o almejado parque da cidade, que , inegavelmente lhe confirmará o majestático poder.
Por vezes, confesso, gosto de recorrer à ironia para dar um pouco de humor e mordacidade à minha crítica, mas, neste caso, embora com um pouco de pretensa graça, estou a ser honesto e sincero na apreciação da obra do presidente Macedo Vieira. A maioria dos poveiros manifesta-se agradada com o seu desempenho e eu não discordo em absoluto. Mas, reconhecendo, embora, o valor do seu trabalho, considero, alguns planos discutíveis que o deveriam ser, concretamente e com a devida consideração do seu parecer, pelos intervenientes para tal credenciados.
Devo dizer que estou contente por ver a terra onde tive o meu berço, sempre remoçada e cada vez mais sedutora , sempre em festa, toda se requebrando, em cada época turística. E constata-se, em cada ano, o aumento de seus encantados visitantes.
Agora, o reverso da medalha:
Volto a Aver-o-Mar, e aqui, a outra terra onde, desde muito pequeno, tenho a minha morada, constituí família e gosto de viver, o sentimento é de revolta e, como alguém disse, um dia, assiste-me o direito de manifestar a minha indignação. Indignação pela injustiça do abandono a que foi deliberadamente deixada, esta que poderia ser também ,urbanisticamente, uma linda vila, pois que, de natureza, já o é.
Para aqui, a fraqueza ou o artifício da bajulação não surte efeito. Pelo contrário, exacerba, sim, a propensão para o egocentrismo do senhor que se entende dominador do que julga ser o seu universo. Estarão ao seu serviço as pessoas que giram à sua volta como de serviçais se tratasse.
Daí, se conclui: bajulação versus servilismo.
Finalmente, em face do que deixo exposto, se há uma oposição disposta a lutar pela solução dos problemas do concelho que não pela mera oportunidade ou correcção, sempre discutível, das obras da cidade, onde dificilmente encontrará suficiente aderência para o seu evidente objectivo, é para estes lados que o terreno não poderá deixar de lhe ser favorável. A questão está em saber conduzir a batalha.
Este é o calcanhar de Aquiles do herói Macedo Vieira !
_________________________________________________________________________________________________________________________
(1)
Errare humanum est, - (errar é humano)
Sed, insipientis est in errore perseverare – (mas, é de estúpido persistir no erro)
Não existe o verbo benvir em português, logo, não há o participio passado benvindo
Em francês há o verbo bienvenir usado somente na locução se faire bienvenir,
E como saudação : soyez le bienvenu(e) ou, simplesmente, bienvenu(e) daí, talvez o decalque para a nossa língua, benvindo, que é erro crasso.
Sei que é muito repetida, por aí, essa asneira, mas, por favor , emende-se aquela manifestação de analfabetismo de uma vez por todas.
Sed, insipientis est in errore perseverare – (mas, é de estúpido persistir no erro)
Não existe o verbo benvir em português, logo, não há o participio passado benvindo
Em francês há o verbo bienvenir usado somente na locução se faire bienvenir,
E como saudação : soyez le bienvenu(e) ou, simplesmente, bienvenu(e) daí, talvez o decalque para a nossa língua, benvindo, que é erro crasso.
Sei que é muito repetida, por aí, essa asneira, mas, por favor , emende-se aquela manifestação de analfabetismo de uma vez por todas.
- Escreva-se, BEM-VINDO !
.__________________________________________________________________________________________________________________
.__________________________________________________________________________________________________________________
1 comentário:
A pedagogia no mais profundo e amplo sentido do conceito. Lição grátis... Oxalá os destinatários a saibam aproveitar e... bem-vindos a A-ver-o-mar!
marenostrumforever.blogs.com
Enviar um comentário