sexta-feira, maio 04, 2007

. ABANDONO DE AVER-O-MAR, EM IMAGENS

Se uma imagem vale mais que mil palavras, atente-se no que estas ruínas significam para quem, civilizado, com elas se depara, na rota marginal para o norte da bela e esmeradamente cuidada, cidade da Póvoa de Varzim, onde se situa, abandonada ao desmazelo, aquela outra povoação que intitulam de vila Aver-o-Mar. Aquelas degradações estabelecem um clamoroso contraste entre as paisagens contíguas e provocam, nos visitantes a esta freguesia, uma reacção negativa que os levará, necessariamente, à depreciação deste espaço e às gentes que nele habitam.
(clique sobre a imagem)
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Aver-o-Mar poderá, assim, ser considerada um musseque da Póvoa e os seus habitantes não se sentirão minimamente confortáveis quando se obrigam a admitir que essa ideia terá toda legitimidade, face ao degradante cenário que os envolve.
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Porque a decadência visível não se limita ao mau aspecto destas ruínas. Veja-se o abandono das poucas árvores que, à margem da Avenida dos Pescadores, ainda se enraízam num chão duramente calcado; algumas, destas estão, desde há muito
tempo, partidas ou derrubadas, .
Que eu constate, não há jardineiros em Aver-o-Mar. Em contraste, verifica-se , deles, um grande exército na cidade da Póvoa de Varzim.
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Há um campo de futebol de terra batida mesmo à borda da estrada. Nuvens de pó se levantam e evadem as habitações vizinhas, sempre que aquele desporto ali se pratica .
Muito tempo, também, se passa sem que para estes lados se veja um varredor das ruas.

Esta freguesia, a mais populosa do concelho, tem uma forte razão para reclamar os seus legítimos direitos. Atente-se nos valores daqui arrecadados pela Câmara Municipal. Cite-se tão-somente o “IMI” ( imposto municipal sobre imóveis). Serão centenas de milhar de contos. Para mim, modesto proprietário, pelo que pago, é só fazer as contas !.
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Muito mais terei eu que dizer em abono do protesto que aqui e agora, para começo, deixo registado.
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E a oposição, quando deixará de se limitar ao espaço da sede do concelho para dar testemunho da sua garantia de uma boa alternativa a esta demagógica Autarquia que se sustenta por promessas, para estes lados, de “obras fantásticas” ?

3 comentários:

José Leite disse...

Caro professor Dimas Maio:

Com que então Averomar um "musseque" da Póvoa de Varzim?!!!!

A hipérbole é uma coisa legítima e saudável em certas circunstâncias, mas, assim, de uma penada, humilhar uma terra tão bonita, ainda que maltratada é certo, não está certo!

Averomar merece ser "Vila" e não "musseque". Faça-se um referendo, já!... Eu "voto" em "Vila", é um dever de "cidadania"!

A esta linda terra, que frequento com assiduidade, aqui vai um singelo poema:


Averomar... vê o mar
Na linha do horizonte,
A Vila 'inda há-de chegar
Quando o povo derrubar
Esta vil "Póvoa do Monte"!...

rouxinol

Dimas Maio disse...

Caro Rouxinol:
O seu canto é muito interessante e alegre, em contraste com o da "Menina e Moça" de Bernardim Ribeiro. Esse,coitado,exauriu-se de tanto queixume, tombando, morto, no ribeiro cujas águas o levaram...

Sou um apreciador de sua expressiva e sentenciosa poesia. Talvez por defeito profissional, não posso deixar de fazer uma leitura com o sentido de análise literária:
A sua expressividade reforça-se pelo rítmo de versos heptassilábicos, com rima rica,perfeita,cruzada e interpolada.
Neste capítulo,é notável o seu talento. É com evidente facilidade que cria, assim, o estímulo aliciante para a leitura subordinada a interessantíssimos temas, como ainda agora : " AMOR DE MÃE - AMOR PRÉDIVINAL" !!!

Quanto ao seu, também sentencioso, comentário, bateu as teclas certas:
Aver-o-Mar ou Averomar,como diz, é, realmente, uma linda terra, de atracção natural, mas há-de convir que a desfeiam as malditas ruinas, consequência visível do abandono a que, ostensivamente, foi votada.
Confirma-se o encanto das suas praias até Santo André, onde se vê a pousada.
Eu tenho, dessa paisagem deslumbrante ( não fantástica) , esplêndidas fotos, no meu computador que,da minha varanda, faço com a máquina digital.

Agradecido,aceite um abraço do Dimas Maio

Manuel CD Figueiredo disse...

Caro Professor Dimas Maio,
Alio-me ao seu protestante desgosto pelo estado degradado de Aver-o-Mar, que é culpa de quem, alto responsável autárquico, continua a não considerar o nosso Concelho como um todo.
Como sabe, no que toca às verbas a distribuir pelas Freguesias, para se conseguir mais justiça e maior desenvolvimento, os Veredores do Partido Socialista apresentaram essa proposta (de acordo com o seu Programa Eleitoral), que foi linearmente reprovada pela maioria PSD do executivo camarário, o qual se julga dono da Póvoa e do nosso (contribuintes) dinheiro.
Creio que a insistência, teimosa, tem que continuar; eu não ficarei de braços cruzados.
Cumprimentos.
M.Figueiredo