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Exmo. Sr. Presidente:
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V.Exa. conhece-me. Não por alguma importância pessoal minimamente relevante mas, precisamente , pela minha modesta e desfavorecida apreciação pública da política administrativa de V.Exa. enquanto responsável determinante pelo rumo desta grande lancha que é o Município Poveiro.
Conhece-me bem V.Exa. pelo que, posso afirmar-lhe da minha modesta , mas independente opinião. Não me movem quaisquer interesses para a lisonja, que abomino, nem me retraem os desagrados que possa causar às entidades de quem publicamente me ocupo, se tenho de lhes censurar os exercícios de sua área de competência que considere errados. Assim, de V.Exa. eu tenho louvado, oportunamente,o que de bom tem feito pela nossa cidade mas, com igual veemência, rejeito-lhe as manobras políticas de falsas promessas e aliciamento de responsáveis locais, intelectualmente mal acautelados. Aqui, em Aver-o-Mar, o desempenho de seus cargos tem carecido de alguma ciência pessoal básica que lhes proporcione a necessária desenvoltura para reclamarem, sem tibieza, o respeito pelos direitos desta freguesia que é a mais populosa e contributiva para o erário municipal. Aqui,desde sempre, a preocupação dos membros das sequentes Juntas de Freguesia, tem sido a mnutenção de seus cargos em sucessivos mandatos. E, por isso, o seu primordial objectivo vem sendo a satisfação do individualismo primário da maioria de seus eleitores em detrimento, pelo consequente desleixo, do interesse geral da povoação.
Ora, eu sei que V.Exa. tem absoluta consciência desta anomalia administrativa e estou certo que a observa de bom grado porque, de modo algum, lhe conviria que daqui, soprasse um forte vento que lhe contrariasse o rumo para outras paragens, na mira da aura que lhe acalente o orgulho.
Repare V.Exa. que falo de orgulho - não de vaidade - que aceito como legítimo, quando tem por base uma dedicação ao trabalho de que resulta a obra bem patente na cidade.
Mas, acontece que a aura que o enleva lhe refractou uma miragem. V.Exa. deslumbra-se, perde o norte e encalha a lancha num deserto . É de V.Exa. o vaticínio: este espaço precisa da presença do homem , sem o que ,será um deserto (se não foram ,exactamente, estes os termos que proferiu o que importa é o sentido da sua própria premonição, aquando da inauguração do "deslumbrante parque da cidade").
Esquece-se V.Exa. que a Póvoa é mar. É do mar e para o mar que ela vive. A navegação para norte, ao longo da costa, ancorando nas belas praias de Aver-o-Mar, seria o rumo de enteiro agrado das gentes poveiras. Esta seria a grande expansão que faria da Póvoa de Varzim uma bela metrópole turística .
Aqui reside a grande responsabilidade do mestre da lancha poveira . Penetencie-se, Sr.Presidente, do erro que considero uma grande nódoa no orgulho de V.Exa.
........................................................CCom os melhores cumprimentos
..................................................................Dimas Maio